quinta-feira, 28 de julho de 2016
Compreendendo os Relacionamentos Amorosos
Nos relacionamentos amorosos, costumamos atrair pessoas parecidas conosco. Isso, porque precisamos nos harmonizar mutuamente, e com o tempo o(a) companheiro(a) torna-se um gatilho para as emoções negativas do outro. Quando essas emoções são internalizadas, há a oportunidade de agir diferente, curando a emoção ou continuar como estamos.
Muitas vezes, a falta de conhecimento desse fato acarreta ao casal intensas crises. Quando as emoções negativas se afloram e as pessoas não têm consciência de que precisam se equilibrar, ocorre uma desordem que gera cobranças e perca de energia.
Temos a tendência de cobrar que o outro seja e se comporte como nós queremos. Ou seja, quero amar a outra pessoa desde que ela faça tudo o que eu quero. Quando as pessoas escutam isso elas dizem: Eu? Eu não faço isso! Mas, a verdade é que todos nós fazemos. Sempre nos irritamos quando o outro age diferente do que imaginamos. Se ele demora para arrumar, por exemplo, julgamos isso irritante e desnecessário. Mas, é o tempo do outro. É como ele escolheu ser. E temos muita dificuldade em aceitar isso.
Dessa forma, sentimos que a pessoa pela qual nos apaixonamos não é mais a mesma. Será que ela mudou ou será que você fantasiou que ela era você mesmo? Quando nos apaixonamos só vemos aquilo que queremos ver no outro. E o que nos faz gostar de alguém são exatamente algumas características nossas, as quais identificamos no(a) companheiro(a). E com o passar do tempo começamos a ver as características do outro que são só dele e isso nos incomoda pois estamos buscando nós mesmos no outro.
Dessa forma, a liberdade e a leveza do relacionamento se submergem, a energia desaba, e assim a relação adoece, onde a pessoa que cobra torna-se controlador e o(a) parceiro(a) é cobrado e repreendido o tempo todo.
Para compreender melhor, pense em um casal que moram juntos há muito tempo. Os dois trabalham. Ele chega do trabalho e precisa descarregar a energia num esporte. Ela não gosta de esporte e quer que o marido chegue e passe o tempo todo com ela, pois acha que eles ficam pouco tempo juntos. Ele quer se distrair com os amigos, por pelo menos 2 horas. Ela, como não tem muitos amigos acha que o marido devia fazer igual, que essa atitude dele afasta os dois e logo pensa que ele não a ama mais e que ele pode estar com outra pessoa.
Então, aí começam as discussões e as emoções mais profundas vêm à tona: ela acha que ele deveria lhe dar mais atenção. Ela se sente desvalorizada pelo marido que só pensa nele mesmo. Ele acha que ela deveria se acalmar e entender que ele precisa fazer algo que ele goste para descarregar o estresse do dia-a-dia. Mas, ela não suporta e não entende porque ele quer ser feliz sem ela, sendo que a mesma não precisa disso. Apenas a companhia dele basta. E pensa então que o está perdendo, que não está sendo suficiente para ele. Passado um tempo discutindo sem chegar a um consenso, o casal se distancia emocionalmente, deixam de conversar sobre outros assuntos, e já não fazem muitas coisas juntos. Na maioria das vezes, ao dois se acusam e se culpam mutuamente por seu descontentamento.
O que seria mais indicado, nesse caso: ambos deveriam olhar para dentro, curar suas carências e falhas ao invés de projetá-las no outro, ou seja, sem transferir o encargo e culpar o parceiro. Aquilo que eu espero no outro posso preencher comigo mesmo.
A conclusão a que chegamos é que queremos que o outro preencha nossas próprias carências. A mulher por não ter força para cuidar dela, ou achar que não tem tempo e que não precisa disso, deseja que o marido ocupe esse espaço na vida dela. Mas, quem deve fazer isso é ela mesma. E o marido, por não ter conhecimento dessa carência e não sentir ela, apenas culpa a esposa por esse comportamento e não sabe apoia-la para que ela encontre a felicidade em si mesma. E, normalmente, quando ela encontra, ele se incomoda. Pois, isso aciona uma carência dele, o medo de ser abandonado, ele começa a se perguntar o porquê da mudança. Ou não, se ele não tiver essa lacuna aceitará com tranquilidade.
Enfim, se fôssemos prolongar esse assunto escreveríamos várias e várias páginas. Mas, o importante é tentarmos enxergar nossas lacunas. Se algo no outro nos incomoda é porque uma carência nossa foi acionada. Mas, qual delas? Aí, já é assunto para outro post...
sexta-feira, 15 de julho de 2016
A Lei do Reflexo
Comportamentos que detectamos nos outros revelam informações sagradas sobre nós mesmos. É a lei do reflexo. Na busca de autoconhecimento estamos sempre direcionados para nosso interior, mas o exterior e a conduta alheia podem nos mostrar mais claramente o caminho para o desenvolvimento psíquico.
Podemos ver as pessoas como um espelho que reflete diferentes qualidades, características e pontos de vista de uma parte nossa. Essa parte pode ser da nossa essência ou do nosso instinto primata.
Cada vez mais, no nosso dia-a-dia nos pegamos falando das atitudes de outras pessoas que não concordamos, que não gostamos ou que nos incomodam, causando um sentimento de desconforto, de inquietude, tristeza ou até repúdio. Pois bem, quando você faz isso está diante de um espelho. Mas, como posso ser aquilo que eu discordo? Parte sua, no seu mais íntimo pedaço ou no seu inconsciente tem essa característica.
Existe uma defesa própria do ser que nos faz acreditar que o defeito se encontra apenas no outro, não em nós mesmos. É fácil perceber as imperfeições alheias, difícil é enxergá-las como nossas. Mas, por que somos assim? Porque dói. Olhar para dentro é um ato de coragem e dinamismo. Aceitar que somos imperfeitos é o primeiro passo para a transformação psíquica. É uma ação que em primeira instancia dói, mas depois liberta.
A psicologia chama esse ato reflexo de ver nos outros aquilo que nós somos de projeção. Essa projeção é um mecanismo de defesa psicológico onde atribuímos a outras pessoas nossos sentimentos, pensamentos, crenças ou até mesmo ações que são inaceitáveis para nós.
A projeção entra em ação nos momentos de conflitos, como em situações onde sentimos que a nossa integridade está sendo ameaçada, por exemplo. A ameça pode ser interna ou externa. O mecanismo de defesa é acionado projetando em alguém ou um objeto características que são nossas, assim a mente entende que você está protegido. Que a característica está em outra pessoa ou em um objeto. Esse mecanismo pode ser positivo ou negativo. Ele é muito usado quando nos apaixonamos. Atribuímos ao outro características que na verdade só existe em nós mesmos.
O importante é nos tornarmos conscientes daquelas características nossas que projetamos nos outros, pois isso nos permite descobrir quem somos na realidade. Um exercício que pode ajudar bastante é o silêncio. O silêncio tem um poder muito forte sobre tudo. Nós conversamos muito sem refletir, logo que pensamos em uma fração de segundos já jogamos para fora um raciocínio sem lapidá-lo. Portanto, sempre que você tiver vontade de falar em situações de incômodo, raiva ou sempre que tiver vontade de se defender de alguém, ou de um ponto de vista, cale-se. O silêncio nesse momento será tão poderoso que, às vezes a própria pessoa que te falou o incômodo irá raciocinar melhor e mudar de ideia.
Para entender melhor sobre o assunto o ideal é sempre estar se conscientizando de seus pensamentos e julgamentos com uma assistência psicológica. O terapeuta te ajudará a enxergar essas ações e direcioná-las para que você se torne um observador ativo de si mesmo e consequentemente um agente de mudança.
segunda-feira, 4 de julho de 2016
Por que não consigo parar de comprar?
Porque compro tantas coisas sem necessidade? O consumismo cresce cada vez mais na sociedade, tudo fica obsoleto rapidamente. Todo o tempo vemos um celular melhor, a moda que muda a cada estação e outras coisas materiais que não duram tanto tempo como antigamente.
Antes, as famílias compravam roupas para os filhos uma vez ao ano, os móveis duravam a vida toda e tecnologia nem fazia falta. Os tempos mudaram e hoje estamos tentando nos adaptar. Mas, será que realmente temos a necessidade de comprar tanto ou estamos em constante estado de competição com as pessoas e conosco?
As pessoas consideradas consumistas compram o tempo todo sem necessidade. Comprar é algo natural, desde que seja feito com equilíbrio e que não atrapalhe seus planos, seus sonhos. Muitas pessoas nem sabem quais são seus sonhos. Então é preciso pensar sobre isso. O que você quer para sua vida? Como se vê daqui 10 anos?
Uma grande parte da vida de muitas pessoas é regida por uma preocupação obsessiva em adquirir coisas. É por isso que o consumismo de objetos em excesso é tão comum atualmente. Quando uma pessoa não consegue mais sentir a vida que ela própria é, em geral tenta preencher sua existência com coisas.
Sempre que sentir vontade de comprar se pergunte: Realmente preciso disso ou estou apenas preenchendo um vazio interior? O externo é o contrário do interno. Isso quer dizer que sempre que sinto necessidade de algo externo a mim, como roupas ou objetos em geral o interno não está bem. A essência do ser humano quando está em equilíbrio não vê necessidade de comprar algo que ela não precisa.
Se este for o seu caso tente analisar, esteja alerta e seja honesto com você mesmo para descobrir se seu sentido de valor pessoal está ligado aos bens que possui. Será que algumas coisas te fazem se sentir importante ou superior? A falta delas faz com que se sinta inferior a quem tem mais? Você cita de modo informal as coisas que possui ou as expõe para aumentar seu sentido de valor aos olhos das pessoas e por meio delas você também se enxerga mais valioso? Costuma ficar ressentido ou revoltado quando constata que alguém tem mais do que você ou quando perde um bem valorizado?
Vamos exercitar um pouco nosso apego. Imagine que você perdeu um objeto de muita estima, que lhe foi dado por alguém que você considere. Você já parou para pensar que em algum momento da sua vida vai chegar a hora em que terá que abandonar esse objeto? A pessoa que você é se tornou inferior por causa dessa perda?
Na verdade, em um primeiro momento podemos achar que nos tornamos inferiores sim, mas isso é apenas um pensamento. Se você sentir o que realmente há dentro de você verá que isso não muda com a presença de um objeto. O pensamento acha que o objeto é você. Mas seu Ser não é o objeto, e sim o que está em seu interior.
Seja o que for que você compre, busque ou se apegue, isso jamais será um substituto do seu Ser. Você pode valorizar as coisas e se preocupar com elas. Porém, sempre que se prender a esses objetos, saberá que se trata de uma ilusão, de uma insegurança. Muitas pessoas se questionam isso quando vão à terapia e muitas só se dão conta disso depois que fazem terapia. Desprender-se das coisas é um ato que contém muito mais poder e coragem do agarrar-se a elas.
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